quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cristãofobia : Ofensa a fé Católica durante a parada gay.

Graça e paz da parte de Cristo!

Homofobia é o termo dado para a aversão aos homossexuais. que termo seria dado para aversão ao Catolicismo?  "cristãofobia"? dado este termo ele seria usado para definir algo ocorrido na parada gay. Aquilo que eles tanto exigem, respeito, não tem para com os outros, para com a Igreja.  Chega a ser deprimente veja no link:(http://holofote.net/2011/06/27/paraga-gay-de-sao-paulo-usou-imagens-de-santos-catolicos-em-situacoes-homoeroticas/)


Durante a parada gay deste ano foi colocado "santos" em situações "homoeróticas", mostrando a falta de respeito dos "coitadinhos"  para com a fé de milhares de pessoas. Uma ofensa contra jovens que buscam em um mundo alienado viver a castidade, uma ofensa para mães e pais que tentam educar seus filhos na moral, uma ofensa contra homens e mulheres que em algum momento pediram a intercessão deste santos para alcançar a graça de Deus. Não é a primeira vez que lideranças homossexuias ofendem a fé Católica; ano passado durante a visita de Bento XVI nas ruas de Barcelona, gritos de homossexuias de "fora", "pedófilo", em ofensa ao Papa se misturavam aos dos fies. Também cito o "beijaço gay" feito em 13 de maio deste ano na frente da Catedral de Floripa, durante a Missa(http://holofote.net/2011/05/14/ativistas-gays-promovem-beijaco-gay-nas-escadarias-da-igreja-catolica-de-florianopolis-na-hora-da-missa/).O próprio tema da parada gay "Amai-vos uns aos outros: Basta de Homofobia" em um indireta ofensa na utilização das palavras de Cristo, digo que amar requer respeito de ambas as partes.

Liberdade de expressão será verdadeiramente liberdade quando for para todos, inclusive para Igreja. A mídia tem a tendência de mostrar a Igreja como a grande vilão e todo ato desta é visto como homofóbico, porque não mostra este lado da parada gay? Talvez esta postagem seja vista como homofóbica, preconcetuosa, porém é apenas a manifestação de defesa contra o ato baixo  realizado na parada gay de São Paulo. O Catecismo da Igreja assim ensina sobre o homossexualismo:

"§2357 A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que "os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados". São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.
§2358 Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição.
§2359 As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã"

 Como é visto é ensinado o amor ao outro, mas a condenação do pecado (atos homossexuais); devemos sim respeitar os homossexuais mas é inadmissível aceitar que eles queiram impor uma cultura homossexual e obrigar a Igreja aceitar tal cultura.É certo que alguns homossexuais tenham se envegolhados e até mesmo repudiado tal fato, a esses peço desculpa pelo peso das palavras, mas não posso deixar de responder a onfesa asquerosa dos "coitadinhos"  .Desejo fielmente que o amor de Deus alcance cada um deles.

Peçamos que a Virgem Maria ensine a sociedade na busca da moral e da ética.

Salve Maria Imaculada!

                                                                 Thiago Farias †

Cardel responde a ofensa recebida durante parada gay.

PARADA GAY, RESPEITAR E SER RESPEITADO

Cardeal Odilo P. Scherer, Arcebispo de São Paulo



Eu não queria escrever sobre esse assunto; mas diante das provocações e ofensas ostensivas à comunidade católica e cristã, durante a Parada Gay deste último domingo, não posso deixar de me manifestar em defesa das pessoas que tiveram seus sentimentos e convicções religiosas, seus símbolos e convicções de fé ultrajados.

Ficamos entristecidos quando vemos usados com deboche imagens de santos, deliberadamente associados a práticas que a moral cristã desaprova e que os próprios santos desaprovariam também. Histórias romanceadas ou fantasias criadas para fazer filmes sobre santos e personalidades que honraram a fé cristã não podem servir de base para associá-los a práticas alheias ao seu testemunho de vida. São Sebastião foi um mártir dos inícios do Cristianismo; a tela produzida por um artista cerca de 15 séculos após a vida do santo, não pode ser usada para passar uma suposta identidade homossexual do corajoso mártir. Por que não falar, antes, que ele preferiu heroicamente sofrer as torturas e a morte a ultrajar o bom nome e a dignidade de cristão e filho de Deus?!

“Nem santo salva do vírus da AIDS”. Pois é verdade. O que pode salvar mesmo é uma vida sexual regrada e digna. É o que a Igreja defende e convida todos a fazer. O uso desrespeitoso da imagem dos santos populares é uma ofensa aos próprios santos, que viveram dignamente; e ofende também os sentimentos religiosos do povo. Ninguém gosta de ver vilipendiados os símbolos e imagens de sua fé e seus sentimentos e convicções religiosas. Da mesma forma, também é lamentável o uso desrespeitoso da Sagrada Escritura e das palavras de Jesus – “amai-vos uns aos outros” – como se ele justificasse, aprovasse e incentivasse qualquer forma de “amor”; o “mandamento novo” foi instrumentalizado para justificar práticas contrárias ao ensinamento do próprio Jesus.

A Igreja católica refuta a acusação de “homofóbica”. Investiguem-se os fatos de violência contra homossexuais, para ver se estão relacionados com grupos religiosos católicos. A Igreja Católica desaprova a violência contra quem quer que seja; não apoia, não incentiva e não justifica a violência contra homossexuais. E na história da luta contra o vírus HIV, a Igreja foi pioneira no acolhimento e tratamento de soro-positivos, sem questionar suas opções sexuais; muitos deles são homossexuais e todos são acolhidos com profundo respeito. Grande parte das estruturas de tratamento de aidéticos está ligada à Igreja. Mas ela ensina e defende que a melhor forma de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis é uma vida sexual regrada e digna.

Quem apela para a Constituição Nacional para afirmar e defender seus direitos, não deve esquecer que a mesma Constituição garante o respeito aos direitos dos outros, aos seus símbolos e organizações religiosas. Quem luta por reconhecimento e respeito, deve aprender a respeitar. Como cristãos, respeitamos a livre manifestação de quem pensa diversamente de nós. Mas o respeito às nossas convicções de fé e moral, às organizações religiosas, símbolos e textos sagrados, é a contrapartida que se requer.

A Igreja Católica tem suas convicções e fala delas abertamente, usando do direito de liberdade de pensamento e de expressão. Embora respeitando as pessoas homossexuais e procurando acolhê-las e tratá-las com respeito, compreensão e caridade, ela afirma que as práticas homossexuais vão contra a natureza; essa não errou ao moldar o ser humano como homem e mulher. Afirma ainda que a sexualidade não depende de “opção”, mas é um fato de natureza e dom de Deus, com um significado próprio, que precisa ser reconhecido, acolhido e vivido coerentemente pelo homem e pela mulher.

Causa preocupação a crescente ambiguidade e confusão em relação à identidade sexual, que vai tomando conta da cultura. Antes de ser um problema moral, é um problema antropológico, que merece uma séria reflexão, em vez de um tratamento superficial e debochado, sob a pressão de organizações interessadas em impor a todos um determinado pensamento sobre a identidade do ser humano. Mais do que nunca, hoje todos concordam que o desrespeito às leis da natureza biológica dos seres introduz neles a desordem e o descontrole nos ecossistemas; produz doenças e desastres ambientais e compromete o futuro e a sustentabilidade da vida. Ora, não seria o caso de fazer semelhante raciocínio, quando se trata das leis inerentes à natureza e à identidade do ser humano? Ignorar e desrespeitar o significado profundo da condição humana não terá consequências? Será sustentável para o futuro da civilização e da humanidade?

As ofensas dirigidas não só à Igreja Católica, mas a tantos outros grupos cristãos e tradições religiosas não são construtivas e não fazem bem aos próprios homossexuais, criando condições para aumentar o fosso da incompreensão e do preconceito contra eles. E não é isso que a Igreja Católica deseja para eles, pois também os ama e tem uma boa nova para eles; e são filhos muito amados pelo Pai do céu, que os chama a viver com dignidade e em paz consigo mesmos e com os outros.


Fonte: O São Paulo, edição de 28.06.2011.
Retirado: http://sinalceleste.blogspot.com/2011/06/parada-gay-respeitar-e-ser-respeitado.html?spref=ok

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Corpus Christi : "Jesus Sacramentado, nosso Deus Amado"

 Graça e paz da parte de Cristo!

A instituição da Eucaristia é celebrada na quinta-feira Santa, mas devido ao espírito penitencial da Semana Santa foi reservado um outro dia para celebrar com jubilo de festa o esplendor da Eucaristia, esta festa é chamada de "Corpus Christi". Uma festa que foi pedida em visão para Santa Juliana e instituída pelo Papa Urbano IV.

Toda alimento consumido é  transformado em nós, nosso organismo usa do que comemos; com a Eucaristia acontece o contrário, Cristo nos transforma nele. Comungar requer mudança, busca de santidade, mesmo perante nossa fraqueza Cristo vem ao nosso encontro por meio da Eucaristia. É preciso deixar claro que a Eucaristia não representa Jesus Cristo, a Eucaristia é o próprio Jesus, corpo, sangue, alma e divindade. "Jesus replicou: Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede." (Jo 6,  35)

Primeiro Deus ama através da criação; depois ama assumindo a natureza humana pela encarnação; seu amor extremo chega até no ponto de ele mesmo se fazer alimento. A Eucaristia é portatanto  a via de amor, a fortaleza para as almas, prazer, coragem, sutento, por fim a Igreja encontra nela a certeza do céu.Cristo ressucita nasnossas fraquezas, quandocomugamos.Antes de se entregar no madeiro da cruz,  Ele deu-se em comida para os seus "Conhecendo o Senhor quem iria entregá-lo na mão do homicida, quis aos dozes entrega-se primeiro, qual perfeito alimento de vida" (Hino das Laudes, Solenidade do corpo e sangue de Jesus. Liturgiadas horas). Oh se soubecemos o pleno valor da Eucaristia, por nada trocariamos este momento.

Eis que o Amado bate na porta do nosso  coração e lá deseja ceiar conosco, em um altar construido no próprio coração, onde sonhos, desejos, vontades e misérias se dobram para adorar o Cordeioro imolado. Na comunhão o mistério de amor se torna em nós real,  cristificando as pobres almas. Eis que o grande convite feito pela Senhor é repetido pela Igreja "Tomai, todos, e comei: isto é o meu Corpo que será entregue por vós" .No jardim arido palpita a vida, germina santidade, o infinito vem ao nosso jardim por meio da Eucaristia.

"A Igreja vive da Eucaristia"  já clamava o hoje beato João Paulo II. O sangue derramado do Sagrado coração permanentemente alimenta com o corpo. Oh doce milagre, oh Jesus Eucarístico, amor infinito, a nós só resta gratidão, insuperável aproximação no banquete da glória com o canto do coro dos anjos. Encontrar Jesus no altar é entender que Ele ainda acredita em nós, nosso olhar penetra o sacramento e ver além das espécies do pão e do vinho, ver o Senhor consolando nossa alma e humildemente clamamos "Meu Senhor e Meu Deus", meu tesouro mais caro, experiência com o céu, o Deus próximo consome de amor as almas comugantes.

A Eucaristia também requer um ato de fé, ter a certeza do encontro com uma pessoa, peçamos a graça de crer e saber que o Senhor se faz nosso. Ele introduz as almas em sua presença, eis o sacramento por execelência. Ele deseja em nós fazer morada, inflamados de amor busquemos um coração Eucarístico.

Maria e Eucaristia!

Na encarnação o ventre de Maria se fez capela, ondeo Filho consubstancial ao Paiser fez também consubstancial ao homem. A Virgem Maria ansiosamente esperava o seu Filho se fazer alimento, para numa segunda vez ter dentro de si o mesmo verbo gerado. Hoje Ela conduz todos ao encontro do banquete do Filho, a festa do Senhor e Ela mesmo anteciosamente prepara a mesa do altar do nosso coração, Ela que já foi capela do santíssimo hoje ensina como o homem deve dele também ser sacrário. A voz de Maria branda "Eis aqui  a escrava do Senhor", quando comugamos nossa alma ficva presa em amor. Realmente o amor tem um sabor e Maria ensina a experimentar o sabor.


Os Santos é a Eucaristia!
 Todos os santos foram apaixonados pela Eucaristia, trago presente alguns deles.

Pe. Dehon, SCJ :"A Eucaristia é o foco, a base, o centro de toda vida, de toda obra, de todo apostolado...O operário do Evangelho que não vive da Eucaristia não possui mais do que uma palavra sem vida e uma ação sem eficácia"

São João Crisóstomo, Doutor da Eucaristia :"Há tanta gente que diz agora "Eu desejo ver Sua figura, Sua aparência, Suas vestes, Suas sandálias". Mas basta olhar ! Veja-O! Vós o tocais! Vós vos alimentais dEle!E Vós ainda dizes que deseja ver a sua roupa...mas Ele não somente se deixa ver por vós; deixar-se também tocar, servir de alimento e ser recebido dentro de vós. Não nos aproximemos dEle indiferentes, pusilânimes, mas todos com os corações ardentes, ferventes, estimulados."

Santo Afonso de Ligório:"Jesus na Eucaristia é o médico e remédio".
 
São João Crisóstomo:  “Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente “doente de amor”

São Francisco de Sales: “Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição”.

Santo Agostinho: “Sendo Deus onipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar.”

Santa Teresinha: “Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde ele encontra as sua delícias”.

São Filipe Neri: “A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia.”

Santa Catarina de Gênova: “O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida”.

São João Bosco: "Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visitai-o poucas vezes. Quereis que o demônio vos assalte? Visitai raramente a Jesus Sacramentado. Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes. Quereis vencer ao demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus. Quereis ser vencidos? Deixai de visitar Jesus…”

Salve Maria Imaculada! 
                                                                                                  Thiago Farias
 Confira também os dois vídeos...




quarta-feira, 15 de junho de 2011

"Se eu fosse eu"


Graça e paz da parte de Cristo!

Muitas vezes nos perguntamos “como estou hoje?”, mas a pergunta certa poderia ser  “como sou hoje”? Pois muitas vezes a sociedade nos faz experimentar papeis que não nos pertencem, fazemos vários monólogos em um mesmo ator: nosso eu. E diante de tantas mascara, o ser humano chega a se perguntar “Se eu fosse eu?”, que experiência seria a de sentir você mesmo, livre de todos os rótulos colocados por você e pelos outros.

A descoberta do “eu” começa com uma aceitação de suas próprias limitações, mas fique claro que auto-aceitação não é auto-aprovação, o ser homem vai moldando sua própria história com os fatos do cotidiano, e quando se deixa lapidar pelo grande Deus essa moldura pode surpreender a ele mesmo.  A grandeza do homem estar quando ele descobre o sentir no sentir, no mergulhar dentro dos seus sentimentos é lá perceber o amor. O homem pode ser áspero, triste, bruto, fechado, mas se a pergunta “Se eu fosse eu” cercasse o seu momento de martírio interior, ele perceberia que dentro existe amor, pois só nos realizamos no amor, mas o pior dos medos (medo de amar) anestesia a alma de tal forma que ela perde sua maior utilidade.

Como sonhadores pedimos a vida mas do que ela pode dá; como pessimistas perdemos a esperança no homem; como medrosos temos medo de se encontrar com nosso “eu”, pois o encontraremos ainda sujo. A mudança do “eu”, ou melhor, o encontro do “eu”, requer quebras de imagens projetadas, requer dor, mas no final será livre para amar, livre dos rótulos.

 Não seja a alma doente que nunca amou, cante a vida e faça versos com o sangrar da tua descoberta, saiba onde quer colocar teus pés, saiba amar, saiba ser você. “Se eu fosse eu” faz o homem levar os fardos das falsas imagens, mas avante bata em cada descoberta, como um mendigo que bate em cada porta, não tenha medo seja você. Dentro de cada homem existe um infinito, explore-o, sinta o embalo das tuas esperanças, aprenda com as quedas, lave o chão do mundo com tuas lagrimas, seja o sorriso teu maior tesouro e comece o dia “Se eu fosse eu...”
                                                                                                                                        Thiago Farias
 
Para completar a postagem trago um belo vídeo de Clarice Lispector "Se eu fosse eu"


                                                                 

domingo, 12 de junho de 2011

Sermão de Pentecostes de São Leão Magno

 Graça e paz da parte de Cristo!

Caros leitores trago presente uma bela homilia relacionado a Solenidade hoje celebrada, retirada do Blog "Salvem a Liturgia". Aproveitem cada palavra aqui colocada por São Leão Magno.



"Todos os corações sabem, caríssimos, que a solenidade de hoje deve ser celebrada como uma das festas mais importantes. Ninguém ignora ou contesta a reverência com que se deve festejar este dia, consagrado pelo Espírito Santo com o milagre excelente de seu dom. Sendo, na verdade, o décimo dia depois daquele em que o Senhor subiu ao céu, para se assentar à direita de Deus, refulge como o dia qüinquagésimo após a sua Ressurreição, e traz em si grandes mistérios, referentes a antigos e novos sacramentos, na mais clara manifestação de que a Graça foi prenunciada pela Lei e a Lei cumprida pela Graça. Sim, do mesmo modo como outrora, no monte Sinai, a Lei fora dada ao povo hebreu, libertado dos egípcios, no dia qüinquagésimo após a imolação do cordeiro, assim também, após a Paixão de Cristo, imolação do verdadeiro Cordeiro de Deus, é no qüinquagésimo dia desde sua Ressurreição que se infunde o Espírito Santo nos apóstolos e na multidão dos fiéis. O cristão diligente facilmente vê como os inícios do Antigo Testamento serviram aos primórdios do Evangelho, e como a segunda Aliança foi criada pelo mesmo Espírito que instituiu a primeira.

Com efeito, diz a narrativa dos apóstolos:

“Como se completassem os dias de Pentecostes e estivessem todos os discípulos juntos no mesmo lugar, repentinamente se fez ouvir do céu um ruído como o de vento que soprava impetuosamente, e encheu toda a casa onde estavam. Apareceram-lhes então como línguas de fogo, que se puseram sobre cada um deles; e todos ficaram cheios do Espírito Santo, começando a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia falarem” (At 2, 1-4).

É veloz a palavra da Sabedoria, e onde Deus é o Mestre quão rapidamente se aprende a doutrina! Não houve necessidade de interpretação para o entendimento, não houve aprendizado, não houve prazo para estudo, mas, assim que o Espírito da verdade soprou como quis, as línguas particulares dos diversos povos se tornaram comuns na boca da Igreja.

A partir desse dia ressoou a trombeta da pregação evangélica. A partir desse dia as chuvas de graças, os rios das bênçãos irrigaram todos os desertos e a terra inteira, pois a fim de renovar sua face “o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn 1,2). E, para a expulsão das trevas de antes, coruscavam os relâmpagos da nova Luz no esplendor das línguas flamejantes. Assim se manifestava a luminosa e ígnea palavra do Senhor, dotada da eficácia de iluminar e da força de abrasar, necessárias ao entendimento e à destruição do pecado.

Porém, caríssimos, embora tenha sido admirável a própria aparência desses acontecimentos e não haja dúvida de que a majestade do Espírito Santo tenha estado presente à harmonia exultante das vozes humanas, não se pense que apareceu a sua divina essência naquilo que se mostrou aos olhes corporais. A natureza invisível e comum ao Pai e ao Filho manifestou a qualidade de seu dom e de sua obra por meio do sinal de santificação que bem lhe aprouve, mas conteve em sua divindade a propriedade de sua essência.

Assim como a visão humana não pode perceber o Pai e o Filho também não percebe o Espírito Santo. Na Trindade, com efeito, nada é dissemelhante, nada é desigual, e todas as coisas que se possam pensar a respeito dessa substância não se distinguem pela excelência, pela glória ou pela eternidade. É verdade que, conforme as propriedades das Pessoas, um é o Pai, outro o Filho, outro o Espírito Santo, mas não há divindade diferente, natureza distinta. Assim como o Filho precede do Pai, igualmente o Espírito Santo é Espírito do Pai e do Filho. Não como as criaturas, que são também do Pai e do Filho, mas como alguém que, como ambos, vive, é poderoso e existe eternamente, desde que existem o Pai e o Filho. Por essa razão o Senhor, quando prometeu a vinda do Espírito Santo aos discípulos, antes do dia da Paixão, disse:

“Ainda muitas coisas vos tenho a dizer: quando, porém, vier o Espírito da verdade, ele vos conduzirá para toda a verdade. Pois não falará de si mesmo, mas falará o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que deverão suceder. Tudo o que o Pai tem é meu; per isto disse que receberá do que é meu e vos anunciará” (Jo 16, 12-13.15).

O Pai, portanto não tem algo que não o tenham o Filho ou o Espírito Santo. Tudo o que tem o Pai, tem o Filho e tem o Espírito Santo. Nunca faltou na Trindade essa perfeita comunhão; nela são uma mesma coisa “tudo possuir” e “sempre existir”. Não imaginemos sucessão de tempo na Trindade, não imaginemos gradações ou diferenças. Se, de um lado não se pode explicar o que Deus é, de outro não se ouse afirmar o que Deus não é. Seria melhor deixar de discorrer sobre as propriedades da natureza inefável de Deus, do que afirmar o que não lhe convém. O que concebem, pois, os corações piedosos a respeito da glória eterna e imutável do Pai, entendam-no ao mesmo tempo do Filho e do Espírito Santo, de um modo inseparável e sem diferença. Nossa confissão é ser a Trindade um só Deus, já que nas três Pessoas não existe diversidade de substancia, poder, vontade ou operação.

Assim, se reprovamos os arianos, que pretendem existir diferença entre o Pai e o Filho, reprovamos igualmente os macedonianos, os quais, embora atribuindo igualdade entre o Pai e o Filho, pensam que o Espírito Santo seja de natureza inferior. Eles não vêem estarem incidindo naquela blasfêmia indigna de ser perdoada tanto no século presente como no futuro, consoante a palavra do Senhor:

“A todo o que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas ao que disser contra o Espírito Santo não será perdoado nem neste século nem no vindouro” (Mt 12, 32).

Quem permanece, portanto, nessa impiedade fica sem perdão, pois expulsou de si aquele por meio do qual seria capaz de confessar a verdadeira fé. Jamais se beneficiará do perdão quem não tiver advogado para protegê-lo.

Ora, é do Espírito Santo que procede em nós a invocação do Pai, dele são as lágrimas dos penitentes, dele os gemidos dos que suplicam, “… e ninguém pode dizer Senhor Jesus senão no Espírito Santo” (I Cor 12, 3).

O Apóstolo prega de maneira evidente a onipotência do Espírito, igual à do Pai e do Filho, bem como sua divindade, ao dizer:

“há diversidade de graças, mas um mesmo é o Espírito; e há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor; e há diversidade de operações, mas um mesmo é o Deus que opera tudo em todos” (I Cor 12, 4-6).

Por estes e outros documentos, através dos quais, de inumeráveis modos brilha a autoridade das palavras divinas, sejamos incitados, caríssimos, unanimemente, à veneração de Pentecostes, exultando em honra do Santo Espírito, por quem toda a Igreja é santificada e toda alma racional é penetrada. Ele é o inspirador da fé, o Mestre da ciência, a fonte do amor, o selo da castidade, o artífice de toda virtude.

Regozijem-se as mentes dos fiéis com o fato de, em todo o mundo, ser louvado pelas diferentes línguas o Deus uno, Pai, e Filho e Espírito Santo; com o fato de prosseguir em seu trabalho e dom aquela santificação que apareceu na chama do fogo. O mesmo Espírito da verdade faz refulgir com sua luz a morada de sua glória, nada querendo de tenebroso ou morno em seu templo.

Foi também por auxílio e instrução desse Espírito que recebemos a purificação do jejum e da esmola. Com efeito, segue-se ao venerável dia de hoje um costume de salutar observância, que os santos julgam de grande utilidade e nós vos exortamos, com pastoral solicitude, a que o celebreis com o maior zelo possível. Assim, se a negligência vos fez contrair em dias passados algo de pecaminoso, seja isto penitenciado pela censura do jejum e pelo devotamento da misericórdia. Jejuemos na quarta e na sexta-feira, para sábado celebrarmos juntos as vigílias, com a habitual devoção. Por Cristo, Nosso Senhor que vive e reina com o Pai e o Espírito santo, pelos séculos dos séculos. Amém."


São Leão I Magno, Papa e Doutor da Igerja. Sermão de Pentecostes.
Fonte :http://www.salvemaliturgia.com/2011/06/sermao-de-pentecostes-de-sao-leao-magno.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+salvem+%28Salvem+a+Liturgia!%29